5 de out. de 2008

Eleições...decepções...


Pois é, navegantes da nave pouco democrática chamada "Democracia", hoje foi o dia de votar nas eleições municipais para prefeito e vereador. Bem, primeira vez que eu ouço o "pilinlin" da urna no auge das minhas 19 primaveras. Esperançosa? I don't think so!

Poxa! Eu que sempre fui uma defensora ferrenha do "vote com consciência", do "conheça as propostas dos candidatos e eleja aquele que te pareceu mais sensato" e do "se o Brasil está como está é culpa nossa", me deparo com uma tremenda desilusão. Cara, simplismente não tem candidato digno do meu voto por aqui.

Só para ilustrar a gravidade da situação, um fato verídico e tão triste quanto a realidade de não ter em quem votar: dia desses eu estava no caminho da faculdade e me deparei com um carinha mais ou menos na casa dos seus 40 anos, panfletando e fazendo corpo-a-corpo com os eleitores da cidade (que não é a mesma cidade onde moro, mas a cidade que passo a maior parte do meu dia, já que estudo por lá). Como sempre é passível de ocorrer com qualquer transeunte em ocasiões como essas, o carinha-e-candidato-a-vereador me parou e perguntou se eu conhecia o trabalho dele. Sincera como sempre, disse que não e que não tinha tempo para ouvi-lo. O carinha insistiu. Deu-me um panfletinho (até muito bem organizadinho por sinal) com a história de sua trajetória na política, desde a época remota em que era universitário como eu. "Interessante" - falei eu, sem graça e apressada. Ele insistiu e ainda puxou mais uma vítima para seu discurso sobre o que faria e o que deixaria de fazer se fosse eleito. O mocinho-mais-uma-vítima estava tão deslocado quanto eu. E o carinha continuava falando. Foi aí que, inocentemente, eu perguntei: "Moço, e o que faz o vereador, afinal?" O desconversar da pessoa denunciou o que eu já temia. O cara queria ser vereador, mas nem se quer sabia sua função! Ora pois! Então, já nem um pouco inocente, eu falei: "Pois é, moço, sorte minha que eu não voto aqui" (!)

Na verdade, sorte nada! Tenho certeza que deve haver um punhado de aspirantes a vereador que não sabem o que faz um vereador por aqui também (e por aí, por lá, acolá). Ultraje!

Repito: estou no início de meu exercício de cidadania e já apresento um quadro crônico de desilusão. Não é que não tenha gente honesta no meio político, o problema é que essa gente está escassa e, pior, não consegue aparecer durante o período de campanhas (sim, porque eu não encontrei um ser se quer que fosse digno do meu voto).

E essa era a hora de eu levantar aqui nesse espaço particular a bandeira do voto nulo e blá blá blá. Cara, eu votei nulo mesmo, mas não me orgulho disso. Logo, não levanto bandeira nenhuma. Simplismente estou sem forças, tremenda a minha desilusão.

Eu que sempre defendi a coerência da nave Democracia, percebo que estou em cima de uma jangada em mar aberto. No céu, uma tempestade se forma.

Sento e choro.

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