27 de jul. de 2009

"Jessica Extra"

Meus olhos atentos ao movimento do outro lado da vidraça do carro foram surpreendidos. Pegos de supetão. Estava tudo igual, mas havia algo diferente que, por menor que fosse, era notório.
E em meio ao caos costumeiro de todos os dias úteis (sim, porque se o dia é de lazer, ele se torna inútil na nossa sociedade de perfeitos trabalhadores) havia um ponto.
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Uma vez um professor parafraseou um grande pensador contemporâneo das Relações Internacionais quando fez um ponto negro com a caneta no meio da lousa antes imaculadamente branca e definiu esse ponto como a idéia exata do que é a “Violência”. Toda a dimensão restante da lousa continuava inerte em sua brancura, mas a reles presença daquele ponto era suficiente para prender nossa atenção e fazer um contraste incontestável. Um contraste perturbador.
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E Era um ponto minúsculo. Imperceptível para alguns. Para mim, gritante. Idiota. Inútil. Útil. Desprovido de propósito. Proposital. Como a violência da paráfrase mesmo, sabe?!

“Jesus Extra”


Eram esses os dizeres na parte traseira dos trapos de roupa daquele ser.
Era só um cara. Um cara que pensa que é Jesus? Mais um Jesus? Sim, porque se é um Jesus Extra...
Affe...Mais um! – pensei.
Quantos mais personagens de um teatro de máscaras sem pé nem cabeça para fazer as vezes de salvador nesse curral de humanos com pés, mas desprovidos de cabeça?
Se não bastasse a personagem bimilenar daquele livrinho fantasioso...

O cara não tinha rosto. O chapéu de palha estilo espantalho-de-plantação-de-milho-no-Corn-Belt-dos-EUA ocultava a face. Foi-me possível ver a barba à La Jesus de pintura européia. Era jovem. E vestia-se espantalhosamente (espantalho+espalhafatosamente).
Que seja um louco querendo transmitir sua mensagem. Que seja mais um normal sem mensagem.
Ele me distraiu. Por breves segundos. Ele me distraiu. Tirou-me da letargia sufocante de mais uma segunda-feira desprovida de propósito. Para me perturbar, que seja. Mas foi um “quê” de diferença em meio ao mesmo de sempre.
Era apenas mais um dos muitos “extras” que andam brotando por aí. Mas era diferente. Diferente porque conseguiu atrair minha atenção. *ultimamente nada tem conseguido tal façanha.

Do outro lado da vidraça eu ri. Ri da loucura. Ri da normalidade. Sei lá do que eu ri naquela hora. Acho que eu só ri.
Ele sorriu de volta. Um sorriso meio embriagado.
“Deus sorriu pra você” – zombou o motorista, ao mesmo tempo em que metia o pé no acelerador, já que o sinal verde pesava sobre nossas cabeças atrasadas para mais uma segunda-feira. Ele também tinha notado.
“Deus não existe!” – repliquei.

Só foi legal porque foi diferente. E rápido. Talvez não tão digno de atenção...

Acontece que estou farta das coisas iguais, contínuas e demoradas.
Estou farta de um monte de coisas, mas isso é uma "História extra" para um outro post qualquer.


Anjo extra. Why not? Se eles podem, também posso! *Caspita!

7 de jul. de 2009

Como a Fênix....


...eis que ela ressurge das cinzas!
*er...tudo bem...talvez com um pouco menos de glamour.

Pois é...férias!
Umas férias meio capengas, já que o despertador continua berrando impreterivelmente às 6hrs da matina e me lembrando diariamente do meu (en) cargo de estagiária. Maldita lei de férias que não retroage!
Aliás, maldito tempo que não retroage! Se assim o fosse, não teríamos sido vítimas dos ditos “paradoxos” da sociedade; Melamed continuaria a ter só o “B” de Bentinho – ó, Bentinho, que se fosse eu Capitu, tu não casmurrarias, - e não todos os “Bs” de “Bentinho bem babaca, à beira do abismo dos abitolados”. Explico: três seres felizes (Suellen, Joerg e eu) pagam até mesmo o dobro do valor da entrada do teatro só para ver a parte 2 da “Trilogia Brasileira” do Michel Melamed (sim, sim, aquele eu achei ser um dos poucos gênios a sobreviver no calor do Saara). “Dinheiro grátis” era o nome do espetáculo original, o espetáculo que nós queríamos assistir. Mas Melamed, com suas incansáveis (e agora para mim estúpidas) experiências teatrais, decidiu acrescentar uma droga de prefixo na peça. “Anti-dinheiro grátis”. E a peça se tornou uma droga de peça com uma droga de prefixo no nome. O nome da técnica aplicada no público era anti-clímax. Deveras, ao fim da apresentação havia um anti-clímax total. O clímax só retornaria mesmo se a cabeça do Michel Melamed fosse oferecida como souvenir na saída.
E nós saímos bem “anti” de lá. Eu estou “anti” até hoje. Anti-pseudointelectuais que fingiram ter entendido o que não era digno de tal esforço; anti a(u)tores com crises de identidade; anti-população de rua cheiradora de cola; anti-gente-suja-e-fraca que sucumbe à sarjeta e ainda se acha no direito de atacar transeuntes inocentes; anti-policiais frouxos; anti-burocracia; anti-eu; anti-você...E, principalmente, anti-intelectuais de gabinete que taxam aqueles bandos moradores de rua de “paradoxo da sociedade”! Na boa, paradoxo é trabalhar e estudar, dormindo reles 5 horas por noite e depois de tanto esforço vir aquele bando de cheiradores de cola e tomar o pouco que eu tenho! Paradoxo é qualquer um se esforçar para viver honestamente e depois ter suas posses levadas por um bando de derrotados! *Sério! A revolta tomou conta de mim.
Fdps!

Antes disso tudo foi o show do Angra e do Sepultura. Quem não viu, não verá mais. Exceleeente! Fazia tempo que meus cabelos não sacudiam tanto! RS...> e a lógica do improvável deu as caras quando as bandas subiram juntas no palco e os gritinhos de “Imigrant’s Song” ficaram por conta do Derick. *Cut throat!!! \o/

Depois disso (e antes de Trilogia) foi o Dia dos Namorados. Eu poderia resumir suspirando e exclamando um “fofo!”, mas faço questão de dizer que foi mais que isso...Foi musical, vermelho, com cheiro de rosas, com pétalas, oriental, ocidental, feliz, doce, regado a beijos e morangos, meio aborrecido no final, mas...hããã...fofo! ^^’
*e eu que meses atrás vivia cantarolando um “Roses never fall in love” Rs...

Já as provas da faculdade, o de sempre. Estresse, insegurança, café amargo para agüentar o tranco (e ajudar a pegar no tranco).

Agora estou de férias. Pseudo-férias. > depois de pseudo tem hífen? Ou seria um pseudo-hífen? *Pois é, Camila, também não sei a nova regra do hífen (e já não sabia a antiga mesmo...)

Lerei “Genocídio – a retórica americana em questão”, da Samantha Power, nessas férias. Devo ler algo do Nietz também. Estou em crise de abstinência dele!
Além disso, tem uma penca de filmes para ver – e o bom é que nessas férias eu tenho um alguém perfeito (e desnaturadinho) para assistir comigo! *Rs

Ah, sim! Estou gripada, mas não é a do porco. É a da estação mesmo. * e só por isso eu tive tempo de dar as caras por aqui...

*Ouvindo Enjoy the silence na versão tango estilizado*
*Po...Michael Jackson morreu mesmo, neh? Até ele, cara! Já vi que um dia eu parto tb! *Ow, Shit!