25 de dez. de 2008

Capitu

Bentinho (Michel Melamed) e Escobar (Pierre Baitelli) na microssérie da Globo.



Capitu (Letícia Persiles)


Capitu mais velha (Maria Fernanda Cândido) e o pequeno Ezequiel.


Gostaria de registrar aqui nesse espaço minha admiração por todos aqueles que participaram na produção da excelente micro série de cinco capítulos que foi ao ar recentemente na Rede Globo. Indubitavelmente, "Capitu" trouxe algo que há muito eu não via na televisão brasileira: a coragem de inovar. Os tradicionalistas que me perdoem, mas a adaptação de Dom Casmurro não poderia ter sido mais criativa! Os cenários, o figurino, o ar circense, os diálogos (em sua maioria, originais da obra), a apresentação em forma de micro-capítulos (como no livro de Machado de Assis) e por último, mas definitivamente não menos importante, a atuação de Michel Melamed como Bentinho adulto e, claro, Dom Casmurro. Nuss...O cara é geniaaaal! Raridade no atual cenário artístico "Global".
Claro que a produção foi vítima tanto de elogios daqueles que se identificaram com a forma "modernosa" com um misto de non-sense que eles arriscaram utilizar, como de críticas ferrenhas daqueles que acusaram os produtores de terem depredado a obra de Machadão, fugindo do foco do autor que, evidentemente - bradam - não era Capitu. Bem, eu me encaixo no primeiro grupo e só tenho a elogiar a obra e, como só assisti na íntegra o último capítulo, estou muuuito ansiosa pelo lançamento da obra em DVD. Segundo a Su, isso acontecerá lá para as bandas de abril de 2009. Tomaraaa!

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É com um "quê" de vergonha que eu assumo que só após assistir essa produção que eu tive o ímpeto de pegar uma das obras-primas de Machado de Assis para ler. Confesso que sou uma vítima da literatura estrangeira, mas tomei vergonha na cara e li Dom Casmurro. E me arrependo por não tê-lo feito antes. Mais uma vez, uma obra-prima de nossa literatura e também uma das mais famosas obras literárias brasileiras no exterior.
Atualmente, estou terminando "Quando Nietzsche chorou", de Irvin Yalon, e sem um pingo de ressentimento afirmo: um dos romances mais inteligentes que eu já li! Perdoem-me os leitores excessivamente "patriotas", mas diante dos atuais romancistas brasileiros não me sinto compelida a abandonar meu "cosmopolismo literário" a não ser para os clássicos - oh, sim, tomei vergonha na fuça e passarei a prestar mais atenção nos autores de outrora além de Augusto dos Anjos e Álvares de Azevedo!

Um comentário:

Abnan disse...

Aconselho que leia Memórias Póstumas de Brás Cubas,

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Acabou de ler o chorão?

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de sua madrasta-literária,
Abnan